Especialidade: Atendimento voltado para dependentes químicos, com especificidade em alcoolismo, estendendo o processo terapêutico aos codependentes.

Como a Psicologia pode contribuir para a recuperação de um dependente químico?

Para o usuário de drogas, a conscientização da dependência é um fator primordial para dar início ao tratamento, ele precisa reconhecer sua impotência perante o álcool e admitir que necessita de ajuda diante do vício.

O estudo dos fatores genéticos, o contexto familiar, a vida social e cultural facilita a identificação de pontos negativos que podem levar à dependência. Desenvolver estratégias coerentes com os recursos positivos da pessoa e do ambiente podem surtir bons resultados no decorrer do processo terapêutico.

Devemos ressaltar que para o alcoolismo não há cura, pois se trata de uma doença crônica, ela evolui gradativamente, passando por quatro estágios, com o passar dos anos. Por isso, quanto antes a pessoa procurar ajuda, mas chance ela terá de abster-se das drogas.

Entretanto, detectar a dependência nos dois primeiros estágios vai depender de muita atenção e percepção da pessoa, pois a mudança de comportamento é sutil, ao ponto de não ser percebido pelos que estão em volta. Nestas fases a tolerância ao álcool é baixa, e a necessidade do consumo fica no âmbito emocional.    

Enquanto que no terceiro e quarto estágio a necessidade passa a ser física e emocional, o comportamento do indivíduo se altera muito, resultando em perdas significativas, muitas vezes irreparáveis, o físico ja não suporta os excessos, a mente fica confusa e sua conduta foge aos seus princípios morais. O sofrimento aumenta quando a realidade vem à tona, ocorre alguns períodos de abstinência, geralmente fracassados, por sentimento de culpa, que, consequentemente  aumentam a vulnerabilidade diante da bebida, debilitando-a cada vez mais em todos os sentidos.

Codependência e a influência na vida do dependente químico.

Pessoas envolvidas emocionalmente com alcoolista deixam de viver suas próprias vidas, tornando-se dependentes das ações do outro, geralmente são familiares e amigos. Estes  mantem um comportamento de vigília constante em relação à rotina do dependente, com objetivo de controlar todas ocorrências que os envolvem, sempre tentando minimizar  os problemas e as consequências, com intuito de proteger a pessoa. Essas atitudes  desencadeiam um distanciamento de si , o codependente  vive de acordo com a desordem do dependente, além de prejudicar a conscientização  do alcoolista sobre as consequências do vício. Portanto, o excesso de zelo em nada contribui para recuperação do ente, ao contrário, torna-se um  facilitador do vício.

Diante da impotência de auxiliar o dependente químico o codependente desenvolve quadros de ansiedade, angustia, autoestima baixa e compulsão obsessiva, torna-se dependente do vínculo com o dependente químico.